quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Chega de saudade?

“Toda saudade é uma espécie de velhice” – eu fui dormir com esta frase do Riobaldo. Certo tipo de saudade é mesmo uma espécie de querer ter ou querer ser. Quando a gente sabe o que falta fica angustiado por aquele desejo de possuir e acaba envelhecendo no lugar onde mora a ausência.

Mas, e quando bate aquela “saudade de tudo o que eu ainda não vi”, descrita pelo Renato Russo? Será que esse é outro tipo de tristeza, daquela que os poetas precisam para criar? O Vinícius dizia que “pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza”.

Não creio que seja possível sobreviver sem experimentar esse querer indescritível, ou a tal “nostalgia indefinível” do Rubem Alves. O reverso da saudade que não tem nome é o instante de plenitude, que, por vezes, toma conta da gente. Sabe aquela sensação, também indefinível, de que temos o controle de tudo? A esta felicidade, irritante, visto que é fugaz, Santo Agostinho chama de “alegria que provém da verdade”.

Não há outra resposta: sofremos a angústia de quem espera conhecer a verdade. É o que diz o poema de Paulo:

Porque agora vemos como em espelho, obscuramente;então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido.

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse eu assino em baixo em tudo que ele disse.
Além de tudo é meu amigo e vai me ajudar a fazer minha biografia.rsrsr

Parabéns amigo.

Seu amigo de sempre
Carlinhos Felix

Ronaldo Martins disse...

Você é meu patrão. Deixa eu começar a escrever esta biografia logo.