segunda-feira, 17 de setembro de 2007

As buscas e as respostas


Penso que o mundo sempre foi assim. A necessidade de encontrar sentidos para as questões particulares da vida faz com que as pessoas recorram a toda sorte de caminhos. Basta isso para que outros ofertem possibilidades de respostas.


Quando eu vejo cartazes como o do "Profeta Luis Claudio" não fico indignado ou revoltado. Apenas paro e reflito sobre a condição humana.


Somos frágeis e queremos alguma certeza que não se desmanche no ar.


Para provar que este "Armazém da Fé" não é coisa apenas de pastores, profetas, padres ou apóstolos, irei postar outras fotos em breve.

10 comentários:

Anônimo disse...

O Gustavo Bernardo, em "A ficção cética", diz que a ficção é mais real do que a realidade, pois, por exemplo, me prove que o Homem-Aranha NÃO É o Peter Parker. Impossível, está lá. Por isso criamos ficções, para dar sentido para o "deserto do real". Agora, tem gente que cria ficções para iludir outras pessoas... abusar de um sentimento precioso, que é a fé...

Sandra Leite disse...

Ronaldo,
concordo contigo (ainda mais que você é meu querido chefinho...rsss).
Só acho que esses caras não merecem tanto destaque. Nós sabemos que a fé é explorada por gente assim, mas eu não dou IBOPE pra eles não.
Eles já tem platéia.
Fico por aqui.
abraços,

Sandra

Pedro Ivo Martins Brandão disse...

Oi, Ronaldo. To por aqui novamente. Deus sempre foi mercadoria na mão daqueles que não o conhecem. Mas o que vemos hoje é exagerado. Cada dia aparece um novo profeta de araque para tentar preencher o vazio existencial das pessoas. Acredito que a fé é uma ponte para que o homem supere a efemeridade da vida. O problema é que isso simplesmente não vem sendo mais suficiente para responder as questões de muitas pessoas, que se perdem pela falta de conteúdo. A multiplicidade de sentidos para a vida na pós-modernidade criou a necessidade de vários mapas de localização. Nesse momento, surgem os aproveitadores.

Ronaldo Martins disse...

Pedro e Sandra, sou otimista. Penso que, no âmbito da fé e das experiências religiosas, ainda podemos caminhar para um futuro diferente, no qual as pessoas buscam respostas mais simples. Por vezes, elas estão dentro de nós mesmos. Ronaldo

Anônimo disse...

caro Ronaldo,
Estou desconfiado q vc quer fazer parte da igreja do profeta Luis Claudio:-) Vc se diz cansado da objetividade, o profeta pelo jeiti tb:-)
Vamos deixar 1 pouco de lado o aspecto de picaretagem por parte de quem faz isto. As pessoas q vão a um lugar destes são, antes do q vítimas, cúmplices.O jogo de faz-de-conta só funciona se todos participam. Arnaldo Antunes tem uma frase:
Que o destino e a vontade, ação e inação, coincidam, colidam no mesmo gesto. “Mesmo porque tudo sempre acaba sendo o que era de se esperar” (Gil). Que haja fé, sem esforço, pois nenhum esforço possível pode gerar a `fé".
Um ab

Ronaldo Martins disse...

Concordo com você, Eduardo. É o que quero dizer quando afirmo que não me revolto com estes caras. Acho que este é um jogo jogado pelos dois lados.

Anônimo disse...

Ei, Ronaldo. Será q vc diz q as respostas podem estar dentro de nós mesmos por causa do dom de discernir (q aparentemente não tem sido bem exercitado)? Aliás, Jesus nos advertiu em Mt 24:25 "Vejam que eu os avisei..."

Ronaldo Martins disse...

Jesus também disse: a verdade vos libertará. Há um certo tipo de conhecimento que se adquire em relação com a verdade (para me referir a Sponville). Acho que o importante é ter a capacidade se viver cada instante de forma integral, refletindo sobre tudo o que é bom ou ruim. Mas sem jogar nada para debaixo do tapete.

Anônimo disse...

Sinto-me demasiado pequeno para entrar neste jogo filológico e filosófico dos partícipes deste blog, a começar pelo seu autor.
Porém, sou obrigado a discordar parcialmente com o Edu, quando ele afirma que: "as pessoas que vão a um lugar destes são, antes do que vítimas, cúmplices".

Creio que as pessoas, os cultos e os indoutos têm, de alguma forma, alguma carência que precisa ser preenchida e a religião é um dos caminhos. Não vejo muito diferente as centenas de milhares de pessoas que caminham kilometros à pé, como penitência para Aparecida, ou sobem de joelhos as escadarias da Igreja da Penha no Rio. Se existe um jogo de faz-de-conta, mas a "verdade" está nas mãos daqueles que detêm o controle remoto de Deus, então, existe sim é o jogo do gato e o rato, onde os sedentos pelo vil metal, se esmeram em comercilizar a graça que, por ser graça, não devia e nem poderia ser comercializada.

Desculpem-me a humilde opinião!

Ronaldo Martins disse...

Um debate entre Xandão e Edu... isso tá ficando cada vez mais sofisticado.
Abs,
Ronaldo