sexta-feira, 27 de junho de 2008

Chesterton e a ortodoxia


A obra: Ortodoxia
O autor: G.K. Chesterton

Acabei de ler o livro, uma reedição comemorativa dos 100 anos de publicação da obra.
Chesterton, filósofo e escritor inglês, que produziu muito no início do século XX, faz uma defesa consistente do cristianismo contra o materialismo e o racionalismo.

Em nosso mundo pós-moderno, a palavra ortodoxia tem sido relacionada com conservadorismo. Chesterton tenta demonstrar que não é bem assim. Para ser revolucionário, o indivíduo deve, muitas vezes, ser ortodoxo.

Recomendo a leitura.

Como não quero fazer uma discussão filosófica tão árida, recolhi um trecho mais ameno do livro para compatilhar:

"Se algum ato humano qualquer pode, grosso modo, ser chamado de sem causa, trata-se de um ato menor de um homem sensato: assobiar andando por aí, golpear o capim com uma bengala, bater os calcanhares no chão ou esfregar as mãos. O homem feliz é que faz coisas inúteis; o homem doente não dispõe de força suficiente para ficar sem fazer nada.
São exatamente essas ações despreocupadas e sem causa que o louco jamais saberia entender; pois o louco (como o determinista) em geral vê causa demais em tudo. O louco veria um significado de conspiração nessas atividades vazias" (Chesterton)

7 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Caro Jornalista- ortodoxo,

Folgo em vê-lo retornado ao seio da filosofia. Longe das garras maléficas de Sig (Freud) e das saudades de sua mãe.
Sai a sopa de Falcon e entra quem? Logo ele G.K. Chesterton. Aí começa o problema. O meu é claro. Você sai de suas reminiscências adolescentes e eu entro nas minhas. G.K. Chesterton foi meu colega de adolescência. Ele e o Padre Brown, seu personagem psicólogo-detetive. Depois, foi “ O homem que Chamava Quinta-Feira”. Eu me lembro que passava horas pensando na atmosfera lúgubre dos seus personagens. Tive até vontade de virar detetive, mas como nenhum gordo é muito bom em passar despercebido e se disfarçar, desisti.
Mas Chesterton veio a você por uma obra que só fui conhecer adulto, Ortodoxia (e que confesso, não achei tudo isto quando li, talvez por estar esperando o clima de mistérios dos livros policiais). Estranhamente é uma descrição do que nós chamaríamos de pragmatismo. Meio doido este seu colega. Sim, ele dizia que se considerava um jornalista, mesmo dizendo que os jornais só podem dizer o que os homens estão fazendo, mas é a ficção que diz por que os homens fazem.
Não lembro mais muita coisa do livro Ortodoxia (quem sabe você me empreste para relê-lo), mas uma comparação nunca saiu da minha mente. Ele coloca, lado a lado, Joana D’Arc e Nietzsche. Conclui que a primeira era quem sabia das coisas porque agia destemidamente. O filósofo, por sua vez, um covarde com medo de mulher. Em resumo, o cara entendia das coisas:-).
Chesterton alegou que sua conversão da Igreja Anglicana p/ o catolicismo tinha relação com a necessidade de agir mais e pensar menos.
Assim, aja mais e pense menos no seu Falcon, na sua sopa, na mesa vazia,...
Um abraço
edu

Ronaldo Martins disse...

Caro analista,
Eu também me apaixonei pela literatura policial na adolescência.
Mas não li Chesterton, e sim a "aluna" dele: Agatha Chistie.
O cara inspirou muita gente na literatura.
abs

Anônimo disse...

Eu tou lendo Através do espelho, do Lewis Carrol, e o devir-acontecimento da Alice me atrai mais do que qualquer ortodoxia. Mesmo que não-ortodoxa.

a gente podia fazer um clube de leituras...

Ronaldo Martins disse...

Jason,
Vamos fazer o clube sim.
Dê o pontapé inicial.
abs,

Anônimo disse...

Sugestão: quem quiser participar, poderia começar lendo "Alice no país das maravilhas" e "Através do espelho", pra gente fazer um "tópico-debate-troca-de-idéias" no meu blog e no seu... no prazo de um mês pra leitura - que tal?

A idéia não é original.

O pessoal daqui (www.idelberavelar.com) já faz um clube de leituras.

Dica: há uma edição da Alice com notas de Martin Gardner, que é um primor!

Dica 2: Deleuze - Lógica do sentido.

que tal?

; )

Ronaldo Martins disse...

Tá topado,
Mas tenho que conseguir os livros.
abs