quinta-feira, 9 de julho de 2009

O amor de uma criança


Relutei em postar uma mensagem sobre a morte de Michael Jackson.
Embora sempre tenha visto nele o mais completo artista da música pop, preferi manter-me em silêncio.

Mas, depois do funeral, me vi obrigado a falar de Jackson. Não propriamente dele, mas da filha.

A cena de Paris, 11 anos, chorando amargamente no funeral, ao falar do pai, me chocou tremendamente. Fiquei comovido ao extremo.

Não, não se trata de falar que a declaração de Paris isentou Michael Jackson das suspeitas que o perseguiram em vida. Não se trata disso. Fui tocado pela emoção sincera de uma criança. Olhando o choro de Paris, pus-me a pensar nas crianças.

Primeiramente, nas crianças que sofrem. Entre as vítimas da opressão, da pobreza ou da perda, as crianças são as que mais sofrem. Nós sabemos fazer as crianças sofrerem porque não consideramos que elas sejam seres já prontos, inteiros, plenos, sujeitos de direitos. Talvez imaginemos que as crianças ainda não tenham a capacidade de sofrer.

Também pensei nas crianças que amam. Paris afirmou, em prantos: "Papai, eu te amo muito". As crianças podem amar genuinamente. E elas tentam nos mostrar isso a todo o tempo.

Por fim, perguntei-me: será que tenho a capacidade de demonstrar a minhas filhas, com a mesma espontaneidade, todo o amor que elas tentam me revelar?

Quero aprender a chorar, como Paris.
Quem sabe, possamos levar a sério o que disse Jesus Cristo: "aquele que não se tornar como uma criança não herdará o Reino dos Céus".

14 comentários:

Sandra Leite disse...

Ronaldo,

Amei seu post. De uma sensibilidade que emociona. Bem, ando muito sensivel também, ando feliz! Choro à toa, até em propaganda, acredita? Isso deve ser coisa da idade :)

É incrivel como as crianças sao genuínas, especialmente no amor. É incrivel como nao entendemos um mundo do qual já fizemos parte. É incrivel como a criança se perdeu em nós.

Durante muito tempo, resisti a sentimentos infantis. Resolvi deixar de lado, a vida é uma brincadeira, mas passa.

Trabalhar para as crianças é um privilegio e uma enorme responsabilidade. Dá vontade de chorar, dá vontade de ir pro colo.(quase todos os dias). Mas dá vontade também de comemorar...

Ainda não esqueço a menina de 9 anos de Recife. O que aconteceu com ela? Ela ainda chora?:(



beijos

Ronaldo Martins disse...

E você chorou ao ver a Paris?

Sandra Leite disse...

Chorei com o que fizeram com a criança MJ. Não dá para não se emocionar em ver ele, ainda criança, cantando lindamente e sofrendo tanta violência daquele que deveria apenas amar - o pai. Fiquei impressionada ao ver o pai lançando uma gravadora numa entrevista coletiva assim que MJ morreu. Dá para entender pq o pai foi excluído do testamento. Chorei mais por isso, porque um dia Michael foi criança.

Qualquer Um (Bigduda Nobody) disse...

Caro Jornalista-Enlutado,

Como você, ou talvez de outra forma, fiquei tocado com aquele choro. Lembrou-me que um órfão é um órfão, seja de um pai como Michael Jackson ou de um desconhecido pobre da esquina. Nestas horas, o sofrimento nos faz igualmente humanos. Frageis e importentes diante da morte, nao importa qto dinheiro, poder ou fama.
Minha impressao é que Paris foi a única coisa verdadeira em todo este show de mídia que foi a vida e morte de MJ.
Como na descriçao de seu perfil no blog, antes de tudo, assumindo ou nao, MJ era o pai de Paris. No fim, de verdadeiro sobrou só isto tb.
um ab
Edu

Qualquer Um (Bigduda Nobody) disse...

ainda...

No fundo, só uma criança nos salva..

Manuel Carreiro disse...

Foi mesmo comovente.

Aqui nos EUA, um dia depois da morte de MJ, fui ao Model Café numa festa-tributo.

Acho que nunca dancei tanto. Depois de uma sequencia de 6 Heinekens, o MJ baixou por lá.

Au!

Qualquer Um (Bigduda Nobody) disse...

Caro Jornalista-Preguiçoso-de-Blog,

Será que vc escreverá, antes da missa de um ano da morte de Michael Jackson? :-)
edu

Anônimo disse...

Aqui Jaz um Blog...:-)

Sandra Leite disse...

Ronaldo

Agora tou de férias. arruma coisa pra ler vai? escreve mais:)

Manuel Carreiro disse...

zzzzzzzzzzzzzzzz...

Anônimo disse...

Achei algo + parado dq este Blog:

Conselho de Etica do Senado! kkkkkk

Sandra Leite disse...

voltei de ferias e você nada....ah nem , Ronaldo:) Volta, vai, sai do freezer...

Maria disse...

É tarde para dizer que também me emocionei? Acho que não, né? Sei que eles irão crescer, que estarão livres. Mas vê-los voltar para o grande mal em que MJ foi obrigado a crescer e nunca conseguiu se libertar, é de uma tristeza absoluta. O que emocionou em Paris foi o amor. Amor, em qualquer face, sempre me emociona.

Anônimo disse...

Sim, provavelmente por isso e