Estou em Boston, cidade maravilhosa.
Poderia falar de suas belezas, mas o que me chamou a atenção foram as notícias de violência que circulam pela mídia local.
Na semana passada, duas pessoas foram assassinadas no mesmo bairro da periferia: um adolescente e um jovem de 28 anos que estava indo buscar os filhos na escola. Eram negros.
Ontem um homem matou a mulher e suicidou. Os filhos viram a cena.
No início deste mês, assaltaram a mão armada um banco que fica na região em que estou hospedado.
Claro que não estou querendo comparar a violência do Brasil com a de Boston. Aqui, a gente consegue andar nas ruas à noite com certa tranquilidade. E a polícia me parece menos corrupta.
Mas percebo uma cidade em que as desigualdades entre ricos e pobres crescem bastante. Aliás, este é um indicador que tem crescido em todo os Estados Unidos.
Acho que a sociedade americana está diante de um desafio novo: diminuir o muro que separa pobres e ricos.
Não sei como eles vão fazer isso.
10 comentários:
Poxa, vc tem um blog e nem tinha me falado? Encontrei o seu blog em link no blog do Jason. Gostei da sua reflexão, comparando Boston a BH. Porém acho que, apesar de haver violência - descrita por vc -aqui em Boston, ela é indiscutivelmente menor do que a de BH. Esse meu pensamento pode estar ligado a algum trauma ou ao excesso de paranóia que temos quando estamos andando nas ruas das grandes cidades brasileiras. No mais, valeu por ter deixado seu laptop aqui. ABS!!!
Concordo com você. A violência de Boston nem se compara com a de BH. Mas que os tempos nos EUA são outros, são.
Ronaldo
Caro Correspondente Internacional,
Desde Hélio Costa ("diretamente de NY" para o Fantástico, na década de 70 -denunciamos nossa idade, qdo lembramos destas coisas:->- que anunciava todo Domingo, que os americanos estavam perto da descoberta da cura do câncer:->) q eu não via uma notícia tão interessante vinda de um jornalista, na terra do Tio Sam.
Agora sério, vc aborda um assunto importantíssimo: o gap americano. Os EUA sempre foram + desiguais dq os europeus (sociedade q teve escravidão é marcada, na origem, pela desigualdade). Mas, esta desigualdade, q tinha se reduzido entre os anos 50-80, voltou a se acentuar , desde então. O copiado modelo de desenvolvimento americano (que não tem nenhum mecanismo distributivista ativo) vem, cada dia +, "brasialianizando os EUA". Sim, a economia/sociologia americana criou este conceito para descrever uma sociedade que consegue crescer baseada em desigualdade extrema; q consegue aumentar bem-estar de consumo e , ao msmo tempo, a violência, etc...
E sua observação sobre os assassinatos é precisa pq não há indicador + significativo de desigualdade dq a violência. Há correlação entre ambos.A violência revela não só a inoperãnica do parato repressor estatal (embora tb isto). Transparece que não há mecanismos para diálogo, q o sonho de prosperidade (tão americano) não convence a todos e q os comportamentos disfuncionais parecem ser preferíveis.
Um abraço
Edu
Oi, Ronaldo,
E o declínio do império americano? Acho que você já está percebendo os primeiros sinais. O processo é de dentro para fora, afinal.
Hobsbawm, no alto de seus 90 anos de idade, tem dito: a maior potencia do mundo está com seus dias contados.
Abraço.
Caro Eduardo,
Você poderia escrever um artigo a partir do seu comentário. Já está estruturado. Vamos fazer a quatro mãos.
abs
Pedro,
Apareceu, cara.
Um abraço,
Aooo Ronaldo, finalmente apareceu!
Cara, permita-me um pouco de ceticismo... acho que a humanidade não tem mais jeito...
abraço
Tá vendo Ronaldo?
Eu sabia que um dia seria correspondente internacional...mas não é Globo News o seu perfil...é algo mais poético:-)
E depois desse post e de tantos brilhantes comentários, apenas peço:
"Pô, Ronaldo, escreve mais...."
abs da terra da Garoa
Agora, Hélio Costa foi crueldade do Edu né? :P
Você tá mais para ...hummm..hearm...Caco Barcelos ....:D
abs
Olá, muito legal seu blog. Gostei da interessante relação entre Boston e BH (moro em Santa Luzia, região metropolitana, mas trabalho e estudo em BH). Mesmo que os números sejam distantes, é bom conhecermos que não são apenas em grandes cidades brasileiras que esse tipo de crime acontece. Precisamos ser mais realistas. Abraços
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