segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O Natal é uma criança


Se tirarmos o corre-corre das compras, as luzes que iluminam as praças, o cheiro de peru assado, os bêbados colhidos pela madrugada, restará uma criança deitada na manjedoura.

O Natal deveria ter uma criança no centro de nossas atenções. O Natal é o nascimento de uma criança. Mais que isso, é Deus se fazendo criança.

Sabe por que isso? Para nos alertar de que é preciso continuar sendo criança. Como deseja Manoel de Barros:

Tenho candor
por bobagens.
Quando eu crescer eu vou ficar criança.


O próprio Jesus, o mesmo da manjedoura, nos alertou para isso:

Quem não se tornar como uma criança, de modo algum entrará no Reino dos Céus.

Alguns pensam que devemos ser crianças para preservar a pureza, a honestidade, a bondade, para nos livrarmos do preconceito, dos maus pensamentos.

Eu não. Acho que precisamos voltar a ser crianças para reaprender a brincar. Brincadeira como coisa séria, feito nas imaginações da Beatriz. A criança é alguém que só quer brincar. Quando cresce, vai desaprendendo tudo, e ganhando uma série de preocupações inúteis.

Só quem reaprende a brincar, como criança, pode abrir os olhos para o que parece invisível: a fantasia da vida.

A vida é uma fantasia.
O Natal é uma criança.

3 comentários:

Anônimo disse...

"A vida é uma fantasia".

Se nós pudéssemos internalizar isso, e transformar isso em leveza, em dança, em pureza em brincadeira, seríamos mais felizes.

Qualquer Um (Bigduda Nobody) disse...

Caro Jornalista-Poeta,

Texto sério este. Coisa de egnte grande. Melhor, de criança.

Talvez não goste de Natal porque tenha crescido demais.

Um ab
edu

Anônimo disse...

Fui avisado da hora muito em cima, daí não deu, preferi ficar em casa mesmo, mas valeu!