terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Platão e Salomão


A gente ama pra ser eterno. A procura pela beleza definitiva gera o desejo de ser imortal.O herói não se arrisca apenas para salvar a pessoa amada, mas para se imortalizar em sua coragem.É mais ou menos o que diz Platão:

"Atenta bem na ambição que domina todos os homens e ficarás surpreendido com o absurdo dessa ambição, se pensares como eles estão dominados pelo desejo de conquistar honrarias e glórias de eterna duração. É esse desejo mais ainda do que o amor aos filhos, que os faz, se isso for preciso, encarar todos os perigos, esbanjar fortunas, reagir contra todas as fadigas, sacrificar a vida."

Mas em quê devo colocar meu esforço de ser imortal?
É bom meditar sobre o que diz Salomão:

"Se o Senhor não construir a casa, em vão se esforçam os que trabalham na construção. Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigiam os seguranças. É inútil levantar de madrugada ou dormir tarde da noite para aproveitar tudo aquilo que se possa consumir da vida. Aos que ele ama, Deus dá de tudo enquanto dormem"

O desafio é escolher a coisa/causa certa para buscar nossa imortalidade.

7 comentários:

Anônimo disse...

Eu escolhi a escrita, cara...

Ronaldo Martins disse...

Boa escolha.

Sandra Leite disse...

Tá filosofando de uns tempos pra cá heim? Deevria escrever o seu livro urgente!
Entrei em crise, Ronaldo!
Qual é a minha busca pra ser imortalizada? Sei não, parecem tantas ... e pra que ser eternizada? Sei que:

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"(FP, claro).

Ronaldo Martins disse...

É Sandra,
Vou te convidar para escrevermos este livro a quatro mãos.
Você está cada vez mais profunda.
abs

Anônimo disse...

Caro Filósofo-Jornalista,
Gostei do paralelo de Sócrates e Salomão. O segundo soubre viver melhor a vida do que o primeiro...:-)
O que seu post faz pensar é que talvez o desejo de imortalidade que nos faz querer realizar, construir monumentos, deixar um legado, etc...talvez só se realize de fato quando não fazemos nada disto. A imortalidade possível é apenas a que fica das marcas que deixamos em outros, dos nossos "filhos e filhas".
Um ab
Edu

Sandra Leite disse...

Edu,

Questão de ordem: e quando não temos filhos?
Perco a imortalidade?:P

Anônimo disse...

Caro Edu, a vida não se mede. "Quem viveu melhor que quem" é algo impossível de se afirmar.

Sandra, Brás Cubas não foi ministro nem Califa, não se casou, não teve filhos. (Não deixou, segundo ele, o legado da nossa miséria). Mas "escreveu" um livro de "além vida", relatando as aventuras de sua vida mambembe.

Ainda assim, não valeu a pena viver e relatar essa vida?

Oh, ânsia que temos pela eternidade... muitas vezes nos esquecemos de edificar algo aqui mesmo, em nome da eternidade...