
A obra: Ortodoxia
O autor: G.K. Chesterton
Acabei de ler o livro, uma reedição comemorativa dos 100 anos de publicação da obra.
Chesterton, filósofo e escritor inglês, que produziu muito no início do século XX, faz uma defesa consistente do cristianismo contra o materialismo e o racionalismo.
Em nosso mundo pós-moderno, a palavra ortodoxia tem sido relacionada com conservadorismo. Chesterton tenta demonstrar que não é bem assim. Para ser revolucionário, o indivíduo deve, muitas vezes, ser ortodoxo.
Recomendo a leitura.
Como não quero fazer uma discussão filosófica tão árida, recolhi um trecho mais ameno do livro para compatilhar:
"Se algum ato humano qualquer pode, grosso modo, ser chamado de sem causa, trata-se de um ato menor de um homem sensato: assobiar andando por aí, golpear o capim com uma bengala, bater os calcanhares no chão ou esfregar as mãos. O homem feliz é que faz coisas inúteis; o homem doente não dispõe de força suficiente para ficar sem fazer nada.
São exatamente essas ações despreocupadas e sem causa que o louco jamais saberia entender; pois o louco (como o determinista) em geral vê causa demais em tudo. O louco veria um significado de conspiração nessas atividades vazias" (Chesterton)
7 comentários:
Caro Jornalista- ortodoxo,
Folgo em vê-lo retornado ao seio da filosofia. Longe das garras maléficas de Sig (Freud) e das saudades de sua mãe.
Sai a sopa de Falcon e entra quem? Logo ele G.K. Chesterton. Aí começa o problema. O meu é claro. Você sai de suas reminiscências adolescentes e eu entro nas minhas. G.K. Chesterton foi meu colega de adolescência. Ele e o Padre Brown, seu personagem psicólogo-detetive. Depois, foi “ O homem que Chamava Quinta-Feira”. Eu me lembro que passava horas pensando na atmosfera lúgubre dos seus personagens. Tive até vontade de virar detetive, mas como nenhum gordo é muito bom em passar despercebido e se disfarçar, desisti.
Mas Chesterton veio a você por uma obra que só fui conhecer adulto, Ortodoxia (e que confesso, não achei tudo isto quando li, talvez por estar esperando o clima de mistérios dos livros policiais). Estranhamente é uma descrição do que nós chamaríamos de pragmatismo. Meio doido este seu colega. Sim, ele dizia que se considerava um jornalista, mesmo dizendo que os jornais só podem dizer o que os homens estão fazendo, mas é a ficção que diz por que os homens fazem.
Não lembro mais muita coisa do livro Ortodoxia (quem sabe você me empreste para relê-lo), mas uma comparação nunca saiu da minha mente. Ele coloca, lado a lado, Joana D’Arc e Nietzsche. Conclui que a primeira era quem sabia das coisas porque agia destemidamente. O filósofo, por sua vez, um covarde com medo de mulher. Em resumo, o cara entendia das coisas:-).
Chesterton alegou que sua conversão da Igreja Anglicana p/ o catolicismo tinha relação com a necessidade de agir mais e pensar menos.
Assim, aja mais e pense menos no seu Falcon, na sua sopa, na mesa vazia,...
Um abraço
edu
Caro analista,
Eu também me apaixonei pela literatura policial na adolescência.
Mas não li Chesterton, e sim a "aluna" dele: Agatha Chistie.
O cara inspirou muita gente na literatura.
abs
Eu tou lendo Através do espelho, do Lewis Carrol, e o devir-acontecimento da Alice me atrai mais do que qualquer ortodoxia. Mesmo que não-ortodoxa.
a gente podia fazer um clube de leituras...
Jason,
Vamos fazer o clube sim.
Dê o pontapé inicial.
abs,
Sugestão: quem quiser participar, poderia começar lendo "Alice no país das maravilhas" e "Através do espelho", pra gente fazer um "tópico-debate-troca-de-idéias" no meu blog e no seu... no prazo de um mês pra leitura - que tal?
A idéia não é original.
O pessoal daqui (www.idelberavelar.com) já faz um clube de leituras.
Dica: há uma edição da Alice com notas de Martin Gardner, que é um primor!
Dica 2: Deleuze - Lógica do sentido.
que tal?
; )
Tá topado,
Mas tenho que conseguir os livros.
abs
Postar um comentário