
Relutei em postar uma mensagem sobre a morte de Michael Jackson.
Embora sempre tenha visto nele o mais completo artista da música pop, preferi manter-me em silêncio.
Mas, depois do funeral, me vi obrigado a falar de Jackson. Não propriamente dele, mas da filha.
A cena de Paris, 11 anos, chorando amargamente no funeral, ao falar do pai, me chocou tremendamente. Fiquei comovido ao extremo.
Não, não se trata de falar que a declaração de Paris isentou Michael Jackson das suspeitas que o perseguiram em vida. Não se trata disso. Fui tocado pela emoção sincera de uma criança. Olhando o choro de Paris, pus-me a pensar nas crianças.
Primeiramente, nas crianças que sofrem. Entre as vítimas da opressão, da pobreza ou da perda, as crianças são as que mais sofrem. Nós sabemos fazer as crianças sofrerem porque não consideramos que elas sejam seres já prontos, inteiros, plenos, sujeitos de direitos. Talvez imaginemos que as crianças ainda não tenham a capacidade de sofrer.
Também pensei nas crianças que amam. Paris afirmou, em prantos: "Papai, eu te amo muito". As crianças podem amar genuinamente. E elas tentam nos mostrar isso a todo o tempo.
Por fim, perguntei-me: será que tenho a capacidade de demonstrar a minhas filhas, com a mesma espontaneidade, todo o amor que elas tentam me revelar?
Quero aprender a chorar, como Paris.
Quem sabe, possamos levar a sério o que disse Jesus Cristo: "aquele que não se tornar como uma criança não herdará o Reino dos Céus".