
Xandão e Marilene estão contando os dias para a viagem de volta a Lagos, Portugal.
Eles terão um retorno ao passado, do qual ficaram presas na memória lembranças de um tempo difícil, que deixou marcas de felicidade.
É assim que a gente faz com o passado: elimina a poeira que não faz falta e retém o que foi marcante. Em Lagos, os dois viveram a vida de imigrantes que buscam dias melhores. Foi bom. Mas, em Portugal, descobriram que não poderiam viver sem o Brasil. Há mais de 10 anos, voltaram. Somente agora vão ter a oportunidade de viajar para rever os amigos que deixaram por lá.
O passado e a saudade podem ser percebidos sob vários pontos-de-vista.
Enquanto viviam em Lagos, o Brasil era o seu passado.
Hoje, a saudade vive em Portugal.
Pensando sobre a viagem de Alexandre e Marilene, fico aqui "filosofando" sobre o alcance das minhas memórias. Até onde posso retroceder no passado? Ou melhor, quanto quero retroceder?
Onde ficaram guardadas as melhores lembranças? Já dizia Adélia Prado: "o que a memória ama, fica eterno".
Quero voltar sempre a olhar para trás.
Há muito a descobrir até que eu chegue no começo de tudo.
Como bom brasileiro, eu poderia dizer que o começo está em Portugal.